quarta-feira, 22 de maio de 2013

Prós e Contras - Martim vs Raquel Valeja


Muito se tem falado do miudo (Martim) de 16 anos que "calou" a doutora Raquel Valeja no Prós e Contras desta semana.
Ao que parece, durante a intervenção do rapazito, que até tem um espirito empreendor bastante  interessante, houve uma Doutora que se intrometeu, armada em sabichona, tentando desarmar os argumentos do rapaz. Algures no meio do discurso é referido que os trabalhadores do sector textil em Portugal auferem, por norma, o ordenado minimo, valor abaixo do limiar de pobreza.
Ora, o rapazola, indignado, e como bom patrão português, vê com bons olhos o facto de as pessoas terem esse ordenado e embeleza a sua intervenção com o argumento de que mais vale esse do que estar no desemprego. Disso ninguém dúvida, e é certamente melhor estar a trabalhar que estar em casa sem qualquer perspectiva de melhoria futura, mas será essa declaração o suficiente para um mediatismo tão grande à volta de umas curtas palavras durante o programa da RTP? Será que aquele aplauso que se vê no video faz sentido e é realmente necessário? Aquela opinião, tão válida como outra, perante uma plateia de pessoas mais velhas e, consequentemente mais experientes e com vivências superiores, não deveria ter recebido um aplauso tão veemente.
O miudo (volto a chamar-lhe miudo) contra-argumentou com a opinião dele, é certo, mas analisando a questão a frio, fez uma bela figura de urso ao não compreender o que lhe estavam a dizer (nem deixou terminar a ideia da Doutora, ainda que ela lhe tenha feito o mesmo).

Se calhar não se devia feito tanto alarido à volta de uma criança de 16 anos, ainda que tenha uma micro-empresa de sucesso. Sucesso esse que é relativo porque não me parece (e aqui é apenas a minha opinião) que ele consiga tirar um ordenado, que lhe permita viver, da venda das camisolas. Ah! E chamar exportação à venda de 20 ou 30 camisolas via internet parece-me claramente exagerado.

Mas, espero que consiga ter sucesso porque o país precisa de pessoas com vontade de fazer. Apenas acho que não se deve colocar os carros à frente dos bois nem se deve levar ninguém a pensar que se é mais do que aquilo que realmente é. Não creio que o mediatismo deste caso (que não foi nada de extraordinário) seja benéfico para o rapaz.

7 comentários:

  1. Não me parece que o miúdo pense muito como um capitalista, que o que interessa é explorar os trabalhadores: para ele, simplesmente é melhor ganhar algum do que nada, e nisso está coberto de razão.

    A intervenção da tal doutoura foi infeliz a vários níveis: primeiro interrompeu o miúdo, que já de si tinha um tempo de antena curtinho; depois começou com a suspeita de as ditas camisolas serem fabricadas em países terceiro mundistas; e quando o rapaz disse que não, que era produção nacional, ainda veio com a objeção de os salários mínimos estarem no limiar da pobreza? Quer dizer, parece que queria à viva força menosprezar o projeto do rapaz. Que sem dúvida é um empreendedor e tem algumas ideias de como se desenrascar no futuro.

    A impressão que tenho é que os aplausos à resposta dele foram mais devidos à atitude crítica dela, um bocado despropositada - que culpa tem o miúdo se as fábricas pagam pouco aos assalariados? Tanto quanto se percebeu, ele só lhes faz encomendas... ;)

    Beijocas!

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    1. Também não acho que ele seja um capitalista, talvez apenas mal informado no que toca a esse assunto. Isso aceita-se e não acho que seja estranho porque, afinal, tem 16 anos... ainda tem muito que aprender.
      Acho que ninguém nega que é melhor ganhar pouco que nenhum mas o problema está no pouco que a lei explora até mais não.

      A tal Raquel esteve mal a vários níveis mas não me parece que fosse objectivo dela menosprezar a ambição do rapaz. Sendo uma activista de esquerda aproveita todos os bocadinhos para puxar a brasa à sua sardinha e desta vez deu-se muito mal e fez uma figura triste...

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  2. O miúdo não sabe da realidade a metade, é certo, mas também não podemos exigir que o saiba aos 16 anos. Acho que houve presunção das duas partes, se queres que te diga. E acho que já estamos na fase em que aplaudimos (se aplaude) tudo o que se mostra contra quem defende o que está instituído, porque estamos cansados do que está instituído. Por vezes, não somos justos nas apreciações das cisas. Não digo que ele não tenha razão, nem que ela não tenha razão. E acho sobretudo que ele ganhou negócio com esta intervenção.

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    1. Concordo com tudo o que dizes Joana. Qualquer coisa que se faça que seja contra o que está instituído, bem ou mal, parece ser sempre alvo de aplausos e saudações.
      Não sei se irá tirar dividendos desta confusão sem jeito nenhum. Eu nem sei que marca é que ele comercializa xD

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  3. Será que esta senhora doutora, antes de comprar as belas roupas com que se veste, foi verificar a proveniência? Ou, quando compra uns bons camarões no supermercado foi primeiro verificar quanto ganham os Tailandeses que os pescaram? E, quando publica os seus livros, foi verificar primeiro quanto ganham os trabalhadores Brasileiros (e outros) que cultivam as árvores destinadas à produção da pasta de papel? Demagogia da pior, isso sim!

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    1. João, bem-vindo!

      Tens razão no que dizes e de lições de ética e moral está o inferno cheio mas não creio que houvesse necessidade de se criar uma "confusão" tão grande em volta deste assunto.
      Um não sabia do que falava e a outra não se soube colocar no lugar dela.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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