quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Bazar ou ficar?

Ando desgostoso com o trabalho. Ou melhor, com a falta dele.
Que este antro que costumo frequentar está muito mal gerido não é novidade nenhuma mas nos últimos tempos a coisa tem-se agravado.
É certo, que por uma questão de ética profissional, não devia estar aqui a queixar-me do que se passa entre as 4 paredes mas quer-me parecer que sem referir nomes e/ou locais a coisa passa em branco e me deixa desanuviar um bom bocado.
A má gestão aliada à crise faz-me pensar que esta casa não irá durar muitos mais meses. O trabalho escasseia e sem isso não vejo outra forma de sustento. As mentes tacanhas fazem o resto. Quando todas as ideias lançadas para cima da mesa (para divulgar o nome da empresa e conquistar mais clientes) são rapidamente descartadas porque não há verba para publicidade e as pessoas são destacadas para funções que, aos olhos de qualquer ser, são inúteis e contraproducentes, só resta remeter-nos à resignação e pensar que talvez seja melhor ir passear do que permanecer neste local a emburrecer e a dar cabo da nossa saúde mental.
O meu contrato termina em breve e, se por um lado tenho quase como certa a renovação, por outro tenho quase como certa a minha vontade de não renovar. Muita gente, provavelmente, me dirá para continuar porque o que importa é ganhar dinheiro e que a conjuntura não está boa para quem procura emprego... Consigo compreender isso e pesar os prós e os contras de recusar renovar contrato e os prós estão a ganhar. A única coisa que me está a impedir de dizer, já, que não, é mesmo o dinheiro, mas parece-me que vou ter de esquecer o conforto financeiro durante alguns tempos (acredito que, no caso de ir para o desemprego, não consiga arranjar logo emprego, mas também me quer parecer que não deve ser coisa que nunca mais vá arranjar (na área, claro)).
O acordar de todos os dias é doloroso mas não tanto como o adormecer que é feito a pensar na desgraça que tenho de enfrentar no dia seguinte. Não me parece que seja vida para ninguém, e talvez esteja na altura de me fazer à estrada e provar que, ao contrário da mentalidade lusa, se deve agir mais e falar menos.

2 comentários:

  1. Olha, pelo que sei, metade das pequenas e médias empresas estão assim "estagnadas"! Vai é tentando arranjar outro emprego, que isto não está fácil e aí, se conseguires, rescindes o contrato... ;)

    Beijocas!

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  2. Tete, percebo esse ponto de vista mas a minha sanidade mental está em risco se fico aqui muito mais tempo :s

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